recuo no tempo.
minha mãe morreria aos trinta e três anos
escuto-me perguntar
como pudemos deixar a casa vazia,
agora que éramos três meu irmão meu pai e eu.
[o que sobrevive nos olha direto nos olhos]
doce irmão,
falta-nos os brinquedos o jardim o jambeiro lá do quintal
e um punhado de orações que rezaríamos mesmo quando adultos
não fosse deus, silêncio.
pai,
a quem mais pediríamos carinho?
minha mãe morreria aos trinta e três anos
escuto-me perguntar
como pudemos deixar a casa vazia,
agora que éramos três meu irmão meu pai e eu.
[o que sobrevive nos olha direto nos olhos]
doce irmão,
falta-nos os brinquedos o jardim o jambeiro lá do quintal
e um punhado de orações que rezaríamos mesmo quando adultos
não fosse deus, silêncio.
pai,
a quem mais pediríamos carinho?
Um comentário:
Frequentemente também me sinto aquele José, do Drummond, do "E agora,José?", o qual reconheço bem presente nesse seu sofrido poema. Fugir para Minas? "Minas não há mais, José, e agora?" E se "não fosse deus, silêncio." ?
Eliane F.C.Lima (Blogues "Poema Vivo", "Literatura em vida 2", "Conto-gotas")
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