acolhe, mãezinha
o menino que ficou para trás
cujos olhos castanhos raiavam andorinhas
mas hoje homem de mãos acalmadas
e ouvidos desterrados
onde não cabem canções de ninar
memórias baldias
estive aqui antes e meus sorrisos coloriam de céu as paredes. braços carinhosos de pai, mãe e irmão cresciam-me o sonhar. havia um menino brincalhão aqui. pés-descalços-de-jardim sobre a vida-cor-de-nuvem-sem-tempo-pra-acabar. antes, estive aqui. e tudo era diferente. eu não cabia em mim e sabia voar. mas se tudo não passa de memórias destelhadas, pergunto-lhe, amigo madcap, serei eu a escrever estas cantigas?
segunda-feira, janeiro 23, 2017
quinta-feira, setembro 26, 2013
sábado, outubro 22, 2011
quinta-feira, agosto 25, 2011
domingo, janeiro 02, 2011
terça-feira, outubro 12, 2010
sonho
que ainda estás aqui
que as manhãs tem cheiro de nuvens
e as tardes são pedaços de meninice
esparramados entre as cirandas
que você um dia, mãezinha
sorrindo brincara conosco
.
sonho
que ainda seremos felizes
que a morte é algo que não chega
e que deus está apenas fingindo
não escutar nossas preces e prantos
porque deus não é tão malvado assim
porque deus sempre brinca de faz de conta
sábado, agosto 07, 2010
recuo no tempo.
minha mãe morreria aos trinta e três anos
escuto-me perguntar
como pudemos deixar a casa vazia,
agora que éramos três meu irmão meu pai e eu.
[o que sobrevive nos olha direto nos olhos]
doce irmão,
falta-nos os brinquedos o jardim o jambeiro lá do quintal
e um punhado de orações que rezaríamos mesmo quando adultos
não fosse deus, silêncio.
pai,
a quem mais pediríamos carinho?
minha mãe morreria aos trinta e três anos
escuto-me perguntar
como pudemos deixar a casa vazia,
agora que éramos três meu irmão meu pai e eu.
[o que sobrevive nos olha direto nos olhos]
doce irmão,
falta-nos os brinquedos o jardim o jambeiro lá do quintal
e um punhado de orações que rezaríamos mesmo quando adultos
não fosse deus, silêncio.
pai,
a quem mais pediríamos carinho?
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